Como, onde e quanto custa usar Wi-Fi durante os voos?
Lufthansa, Turkish e TAP estão implementando o sistema nos voos transatlânticos
RIO - Em tempos de conectividade total, navegar na internet, ainda que a mais de dez mil metros do solo, é uma demanda cada vez maior entre passageiros de todo o mundo. E depois de consolidado nos Estados Unidos e na Europa, o Wi-Fi a bordo está chegando aos poucos aos viajantes que decolam ou pousam no Brasil. Desde o começo do ano, a Turkish Airlines está implementando o serviço de internet em rotas transatlânticas, entre elas a que liga Istambul a São Paulo, momentaneamente gratuito. Já a Lufthansa começa, este mês, a oferecer Wi-Fi pago nos voos que decolam do Rio e de Guarulhos rumo à Europa. O mesmo acontecerá no segundo semestre com a TAP. Até então apenas TAM oferecia conectividade nos ares brasileiros, via celular.
Quem embarcou em algum dos Boeings 777 da Turkish Airlines que fazem a rota Istambul — Guarulhos nos últimos meses pode ter se surpreendido ao encontrar um sinal Wi-Fi de alta velocidade disponível em seu smartphone, tablet ou laptop. O sistema começou a ser implantado no começo do ano nos voos de longa distância da companhia turca e atende aos passageiros de todas as classes (executiva, comfort e econômica), sem distinção.
Por enquanto, o serviço só está disponível em três dos 12 B777 da frota, então é questão de sorte contar com esse benefício. Mas a empresa espera concluir nos próximos meses a implantação do sistema em todos os seus aviões. A partir de então, será cobrado. Os valores e a data ainda não foram divulgados. Um próximo passo que a empresa dará também é permitir a conexão em voos que saem do Brasil.
A internet banda larga da Turkish está associada ao sistema de entretenimento de bordo com TV ao vivo e canais de filmes, entre outros programas, e foi desenvolvida pela Panasonic Aviation Corporation. Esta empresa, junto à Deutsche Telekom, é uma das responsáveis pelo Flynet, o sistema de Wi-Fi oferecido a bordo das aeronaves da Lufthansa desde 2010. A partir deste mês, já é possível acessar a rede nos aviões da empresa alemã que partem do Brasil, assim que elas deixem o território brasileiro. Por questões de limitação de satélites, a conexão só é possível sobre a zona internacional do Atlântico e a Europa.
Para se conectar, basta entrar no navegador, fazer um cadastro no site indicado e efetuar o pagamento com cartão de crédito. O custo para o passageiro é de 10,95 euros por uma hora ou 19,95 euros por 24 horas. A internet está disponível a bordo da cabine das aeronaves sem restrição de classe de viagem. Atualmente, 99 aviões que fazem voos internacionais da Lufthansa já contam com a tecnologia. A previsão é que toda a frota esteja equipada até o fim do ano.
O verão europeu de 2012 deverá marcar a estreia do serviço de conectividade a bordo da TAP em voos transatlânticos. Usando o sistema OnAir, empresa tecnológica ligada à Airbus, a companhia portuguesa instalará antenas receptoras de sinais nas aeronaves A330, que atendem a rotas para cidades brasileiras como Rio, São Paulo e Fortaleza. O modelo adotado será de pagamento com cartão de crédito, como o da Lufthansa, por um tempo determinado de conexão, mas as tarifas ainda não foram divulgadas.
O sistema OnAir é o mesmo usado pela British Airways. Mas no caso da companhia britânica, a conectividade só está disponível nos voos entre Londres e Nova York. E mesmo assim, o passageiro paga pelo roaming internacional da operadora, o que torna o serviço bastante caro.
Entre as principais empresas do mercado norte-americano, a oferta de internet a bordo se limita aos voos domésticos. O provedor que domina aquele espaço aéreo é o Gogo, identificado pelo sinal "gogoinflight" nos dispositivos eletrônicos de passageiros de boa parte dos voos de American Airlines, Delta Airlines e United. O passageiro pode fazer o cadastro e o pagamento no momento do voo ou com antecedência pelo site gogoair.com.
Na American e na United, a cobertura é válida para todo o território dos EUA. Na Delta, apenas para os voos que ligam Los Angeles, São Francisco e Nova York. A AirCanada também usa o mesmo sistema, nos voos que vão de Toronto ou Montreal a Los Angeles.
Sinônimo de luxo nos ares, a Emirates Airline escolheu implantar o Wi-Fi em "apenas" 21 A380 — os maiores aviões comerciais do mundo — de sua frota. O serviço, pago, será expandido para outras 69 aeronaves do tipo encomendadas pela companhia e que não têm previsão de aterrissar no Brasil a curto prazo.
No Brasil, serviço de conectividade nas aéreas ainda engatinha
Se está ficando mais fácil se conectar à internet em voos de companhias estrangeiras, esse serviço no Brasil ainda é embrionário. Apenas a TAM oferece conectividade a bordo, com sinal de GSM que permite aos passageiros usarem celulares, para falar, mandar ou receber mensagens de texto ou navegar. O serviço está disponível em 31 aviões que fazem rotas domésticas.
Além do alto custo da conexão, feita em roaming internacional e cobrada na fatura da operadora de telefonia, há um limite de usuários por voo: apenas oito, simultaneamente. Para o gerente de entretenimento da TAM, José Racowski, a curta duração dos voos internos não compensava um serviço de Wi-Fi, mas essa possibilidade não está descartada para o futuro:
— O modo de viver das pessoas hoje em dia é o da conectividade. É um caminho natural de todas as companhias.
Das empresas nacionais, só a Webjet admite estudar a implantação de algum sistema no futuro. A Gol lançou, no ano passado, a Gol no Ar, uma plataforma de entretenimento que funciona como uma intranet gratuita. O passageiro acessa, através do laptop, smartphone ou tablet, um ambiente com conteúdo exclusivo com noticiário, programas de TV, vídeos e música.
Nenhum comentário:
Postar um comentário