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A descarga atmosférica,
popularmente conhecida como raio, faísca ou corisco, é um fenômeno natural que
ocorre em todas as regiões da terra. Na região tropical do planeta, onde está
localizado o Brasil, os raios ocorrem geralmente junto com as chuvas.
O raio é um tipo de
eletricidade natural e quando ocorre uma descarga atmosférica temos um fenômeno
de rara beleza, apesar dos perigos e acidentes que o mesmo pode
provocar.
O raio é identificado por
duas características principais:
O trovão, que é o som provocado pela expansão
do ar aquecido pelo raio. O relâmpago, que é a intensa luminosidade que
aparece no caminho por onde o raio passou..
Os raios ocorrem porque as
nuvens se carregam eletricamente. É como se tivéssemos uma grande bateria com um
pólo ligado na nuvem e outro pólo ligado na terra.
A "voltagem" desta bateria
fica aplicada entre a nuvem e a terra. Se ligarmos um fio entre a nuvem e a
terra daremos um curto-circuito na bateria e passará uma grande corrente
elétrica pelo fio. O raio é este fio que liga a nuvem à terra. Em condições
normais, o ar é um bom isolante de eletricidade. Quando temos uma nuvem
carregada, o ar entre a nuvem e a terra começa a conduzir eletricidade porque a
"voltagem" exitstente entre a nuvem e a terra é muito alta: vários milhões de
volts (a "voltagem" das tomadas é de 110 ou 220 volts).
O raio provoca o
curto-circuito da nuvem para a terra e pelo caminho formado pelo raio passa uma
corrente elétrica de milhares de ampéres. Um raio fraco tem corrente de cerca de
2.000 A, um raio médio de 30.000 A e os raios mais fortes tem correntes de mais
de 100.000 A (um chuveiro tem corrente de 30 A).
Apesar das correntes dos
raios serem muito elevadas, elas circulam durante um tempo muito curto
(geralmente o raio dura menos de um segundo).
Os raios podem sair da
nuvem para a terra, da terra para a nuvem ou então sair da nuvem e da terra e se
encontrar no meio do caminho.
No mundo todo ocorrem
cerca de 360.000 raios por hora (100 raios por segundo). O Brasil é um dos
países do mundo onde caem mais raios. No estado de Minas Gerais, onde foram
feitas medições precisas do número de raios que caem na terra, temos perto de 8
raios por quilômetro quadrado por ano.
Muitos raios ocorrem
dentro das nuvens. Geralmente este tipo de raio não oferece perigo para quem
está na terra, no entanto ele cria perigo para os aviões.
Os raios caem nos pontos
mais altos porque eles sempres procuram achar o menos caminho entre a nuvem e a
terra. Árvores altas, torres, antenas de televisão, torres de igreja e edifícios
são pontos preferidos pelas descargas atmosféricas.
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Sim.
Os raios trazem uma série de riscos para as pessoas, animais, equipamentos e
instalações.
Mesmo antes de um raio cair já existe
perigo. Antes de cair um raio, as nuvens estão "carregadas de eletricidade" e,
se por baixo da nuvem tivermos, por exemplo, uma cerca muito comprida, os fios
da cerca também ficarão "carregados com eletricidade". Se uma pessoa ou animal
tocar na cerca irá tomar um choque elétrico, que em alguns casos poderá ser
fatal.
O choque elétrico ocorre quando uma
corrente elétrica circula pelo corpo de uma pessoa ou animal. Dependendo da
intensidade da corrente e do tempo em que a mesma circula pelo corpo, poderão
ocorrer consequências diversas: formigamento, dor, contrações violentas,
queimaduras e morte. Se um raio cair diretamente sobre uma pessoa ou animal,
dificilmente haverá salvação.
Na maioria dos casos as pessoas não
são atingidas diretamente. Quando um raio atinge uma cerca ou uma edificação
provoca uma circulação de corrente pelas partes metálicas da instalação
atingida.
No caso da cerca, os arames
conduzirão parte da corrente do raio e ficarão eletrificados. No caso de uma
casa, os canos metálicos de água, os fios da instalação elétrica e as ferragens
das lajes e colunas irão conduzir parte da corrente do raio e ficarão também
"carregados de eletricidade". Uma pessoa ou animal que esteja em contato ou até
mesmo perto destas partes metálicas poderá tomar um choque
violento.
Mesmo no caso de um raio cair sobre
uma estrutura que não tenha matais, como por exemplo uma árvore, uma pessoa
perto desta árvore poderá tomar um choque. Os valores das voltagens e correntes
envolvidas no raio são tão grandes que ele faz a árvore se comportar como um
condutor de eletricidade.
Os equipamentos elétricos e
telefônicos sofrem muito com os raios. Estes equipamentos são projetados para
trabalhar com uma "voltagem" especificada. Quando um raio cai perto ou sobre as
redes telefônicas, redes elétricas e antenas, ele provoca o aparecimento de
"voltagens" elevadas nos equipamentos, muito acima do valor para o qual eles
foram projetados e geralmente ocorre sua queima.
Os raios podem provocar danos
mecânicos, como por exemplo derrubar árvores ou até mesmo arrancar tijolos e
telhas de uma casa.
Um dos grandes perigos que os raios
criam são os incêncios. Muitos incêndios em florestas são provocados por raios.
No caso de silos e depósitos de material inflamável, a queda de uma raio pode
provocar consequências catastróficas.
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Muitas supertições
e lendas existem sobre raios. Algumas tem fundamento e outras não. Tentaremos
analisar as principais supertições.
Um raio nunca cai duas vezes no mesmo
lugar.Isto não é verdade. As estruturas
elevadas, por exemplo, são atingidas várias vezes por
raios.
É perigoso segurar objetos metálicos durante as
tempestades.Sim e não. Segurar objetos pequenos,
como uma tesoura ou alicate, não provoca risco. Entretanto, carregar um objeto
metálico, ou até mesmo um ancinho ou outra ferramenta metálica em um local
descampado pode oferecer riscos.
Devemos cobrir os espelhos durante as
tempestades, pois eles atraem os raios.Não, isto
não é verdade. Até hoje não foi demonstrada nenhuma relação entre os espelhos e
os raios.
Andar com uma "pedra do raio" no bolso evita
raios.Quando um raio atinge o solo, sua corrente
aquece o solo e se for muito intensa poderá ocorrer a fusão de pequenas pedras,
formando um pedregulho de aspecto estranho. Dizem que carregar uma destas pedras
dá sorte e evita os raios. Evitar raios a pedra não evita, mas dar sorte, talvez
sim! |
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