PESQUISA APONTA QUE:
Hábito de ler perde espaço para TV, tempo com amigos e diversão on-line.
Enquanto 24% dos brasileiros têm esse hábito, 85% costumam ver TV.
No mesmo período, porém, a porcentagem de quem costuma ver televisão nas horas de lazer subiu de 77% para 85%. Vídeos e DVDs agora agora ocupam 38% das pessoas ociosas, contra 29% há quatro anos, e o hábito de navegar pela internet (mas sem de fato ler textos por prazer ou para se informar) aumentou de 18% para 24%. As reuniões com parentes e amigos também cresceu, de 31% para 44%. Os entrevistados puderam escolher mais de uma opção.
A ministra da Cultura, Ana Holanda, disse, após o lançamento da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que é preciso incentivar a leitura nos jovens. "Trabalhando com o jovem, a gente forma o leitor para a vida toda", afirmou. Para a ministra, é preciso afastar o jovem da ideia da leitura como uma obrigação escolar. "É preciso mostrar o livro não como uma obrigação escolar, mas como uma forma de ele conhecer dimensões que estão além dele, outras vias, outras realidades", declarou.
De acordo com o diretor do Ibope Inteligência, Hélio Gastaldi, o aumento da expectativa de vida e a redução da concentração de brasileiros em idade escolar é um dos fatores causadores da diminuição de leitores. Além disso, Gastaldi afirmou que a leitura está mais pulverizada em diversos meios.
A presidente do Instituto Pró-Livro, Karine Pansa, acredita que ainda levará tempo para que o Brasil alcance níveis de leitura considerados ideais."A gente olha para países com índice de oito livros por ano. São países europeus. Isso é um futuro longo e a gente vai ter que batalhar muito por isso", disse.
Karina disse que é necessário que os professores incentivem o hábito da leitura nos alunos, já que a pesquisa os aponta como as pessoas que mais influenciam os indivíduos na hora de ler."Se você ver o prazer que o seu professor tem pela leitura, você vai se perguntar o porquê. E vai, no mínimo, ter essa inquietude de querer saber por que ele gosta tanto daquele livro", afirmou.
Perfil
Atualmente, as mulheres são maioria entre as pessoas com o hábito de ler pelo menos um livro a cada três meses (57%), e as faixas etárias que mais reúnem pessoas com o hábito de ler são entre 30 e 39 anos (16% do total), entre 5 e 10 anos (14%) e entre 18 e 24 anos (14%).
A queda do número de leitores foi apontada em todas as regiões brasileiras, com exceção do Nordeste, que ganhou um milhão de leitores entre 2007 e 2011, e onde a penetração da leitura subiu de 50% para 51%. Hoje, 29% de todos os leitores brasileiros vivem nesses estados, contra 25% em 2007. Por outro lado, no Sudeste, a penetração caiu de 59% para 50% do total da população e hoje responde por 43% do total de leitores, dois pontos percentuais a menos que na última edição da pesquisa. Nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul vivem 8%, 8% e 13% dos leitores brasileiros, respectivamente.
Os leitores brasileiros leram em média 1,85 livro nos três meses anteriores à pesquisa, número menor que a média de 2007 (2,4).
Os textos escolares são lidos com maior frequência: 44% dos leitores que leem esse tipo de texto o fazem todos os dias, e outros 44% afirmaram que leem textos escolares de vez em quando. O livro no formato tradicional vem perdendo espaço para os outros suportes. Os leitores de textos na internet afirmaram que têm o hábito de usar esse suporte com frequência: 38% o fazem todos os dias e 42% de vez em quando. Por outro lado, quase metade dos leitores (46%) que afirmaram ler livros em geral (ou seja, os que não são indicados pela escola, nem são jornais ou revistas) admitiram que cultivam esse hábito apenas uma vez por mês. Apenas 21% dessa faixa de entrevistados disse que lê livros em geral diariamente.
Ainda que o resultado da pesquisa mostra o enfraquecimento do hábito de leitura no país, os brasileiros se mostraram mais otimistas: 49% deles afirmou que atualmente lê mais do que no passado, e 28% admitiu que vem perdendo este costume. Outros 20% disseram que não aumentaram nem diminuíram o hobby de ler livros, jornais, revistas ou textos na internet.
Crianças e adolescentes estão lendo menos, indica pesquisa
Média de livros lidos por ano caiu nas faixas etárias de 5 a 17 anos.
Instituto divulga, nesta quarta, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil.
Crianças e adolescentes estão lendo menos livros, o perfil do leitor brasileiro apontou queda no índice de leitura em todas as faixas etárias de crianças e adolescentes.
Na primeira faixa etária, a das crianças (de 5 aos 10 anos), a média registrada foi de 5,4 livros por criança. Em 2007, porém, a mesma marca era de 6,9 livros por leitores desta faixa etária. Entre os pré-adolescentes (11 a 13 anos), o índice caiu de 8,5 livros em 2007 para 6,9 livros em 2011. Entre os adolescentes (14 a 17 anos), a média também caiu de 6,6 livros para 5,9 livros na pesquisa divulgada nesta quarta-feira (veja gráfico ao lado). “Esperamos que os cenários apresentados possam contribuir para a avaliação e a implementação de políticas públicas que melhorem os índices de leitura no Brasil”.
Entre as crianças, os livros infantis predominam no gênero preferido com 66%, seguido pelos livros didáticos (47%) e as histórias em quadrinhos (36%). Na faixa dos 11 aos 13 anos, os livros didáticos repetem a marca de 47%, seguidos pelos infantis (34%), quadrinhos (33%) e contos (30%). Na faixa etária de 14 a 17 anos, cresce a influência dos livros didáticos (55%), e aparecem os romances com 41%, contos (30%), livros de poesia (28%) e livros juvenis (26%).
A obrigação de ler o livro por exigência da escola é a maior motivação de crianças e jovens para a leitura, de acordo com a pesquisa. O índice neste item começa em 79% para crianças de 5 a 10 anos, e cai um pouco para 72% na faixa dos 11 a 13 anos, e para 70% dos 14 aos 17 anos.
O índice de leitura por prazer, gosto ou necessidade espontânea vai de 40% a 47% entre as crianças e jovens ouvidos na pesquisa.
A pesquisa mostra ainda que a Bíblia é um gênero muito presente na leitura de crianças e jovens, com média de 24% nas faixas etárias dos mais novos e na dos mais velhos.
Na primeira faixa etária, a das crianças (de 5 aos 10 anos), a média registrada foi de 5,4 livros por criança. Em 2007, porém, a mesma marca era de 6,9 livros por leitores desta faixa etária. Entre os pré-adolescentes (11 a 13 anos), o índice caiu de 8,5 livros em 2007 para 6,9 livros em 2011. Entre os adolescentes (14 a 17 anos), a média também caiu de 6,6 livros para 5,9 livros na pesquisa divulgada nesta quarta-feira (veja gráfico ao lado). “Esperamos que os cenários apresentados possam contribuir para a avaliação e a implementação de políticas públicas que melhorem os índices de leitura no Brasil”.
A obrigação de ler o livro por exigência da escola é a maior motivação de crianças e jovens para a leitura, de acordo com a pesquisa. O índice neste item começa em 79% para crianças de 5 a 10 anos, e cai um pouco para 72% na faixa dos 11 a 13 anos, e para 70% dos 14 aos 17 anos.
O índice de leitura por prazer, gosto ou necessidade espontânea vai de 40% a 47% entre as crianças e jovens ouvidos na pesquisa.
A pesquisa mostra ainda que a Bíblia é um gênero muito presente na leitura de crianças e jovens, com média de 24% nas faixas etárias dos mais novos e na dos mais velhos.
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