Em Bom Conselho, não há pasto e 90% dos açudes do lugar estão vazios.
Criadores estão com dificuldade para alimentar o gado na região.
No município de Bom Conselho, um dos principais produtores de leite de Pernambuco, não há pasto e 90% dos açudes do lugar estão vazios. Desde quando a seca começou, o criador Ivanildo da Silva não consegue mais encher o balde como antes. Sem pasto, as vacas recebem uma mistura de palma, bagaço de cana e farelo. Cada animal come apenas uma pequena quantidade e só se alimentará novamente depois de 12 horas.
O criador Juarez de Farias não vê resultados no investimento de cerca de R$ 100 mil na compra de equipamentos de ordenha mecânica. “O tanque fica cheio com 1,6 mil litros de leite. hoje, está em torno de 200 litros por dia”, diz.
O cenário na bacia leiteira que reúne a produção de 11 municípios de Alagoas é um pouco diferente em relação a outras regiões do semi-árido do Nordeste. As chuvas que caíram nos últimos dois meses permitiram a recuperação da pastagem.
Na propriedade do criador José Gilvan de Aquino, as 30 cabeças de gado aproveitam o capim verdinho. Neste mesmo período do ano passado, ele dava mais ração para os animais. Agora, diante do alto preço do farelo de soja, o produtor reduziu esse tipo de comida. Mas ao alimentar as vacas basicamente com o capim, houve queda na produção de leite.
A economia com a compra de concentrado no curto período do inverno não é suficiente para cobrir as despesas que os produtores tiveram no primeiro semestre com a aquisição de alimento para o gado durante o período de estiagem que este ano se estendeu até o final do mês de junho.
O criador Gerson da Silva está na mesma condição. Ele faz parte da cooperativa que fornece o leite para o programa do governo estadual. O produtor diz que o aumento dos custos está gerando agora um prejuízo. Ele recebe R$ 0,89 pelo litro. “O preço do litro de leite para o produtor precisaria ser de no mínimo R$ 1,00 na região da bacia leiteira. Isso se mantendo até chegar a chuva e a gente melhorar de situação. A gente está vendendo animais para comprar bagaço de cana e ração”.
O criador vende o leite para um programa da Secretaria da Agricultura. O preço do produtor é definido por um comitê ligado ao Ministério do Desenvolvimento Social.
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