22 de novembro de 2012

Consumo de produtos à base de soja pode alterar níveis hormonais


Estudo com macacos mostra que compostos estrogênicos de plantas desencadeiam comportamentos como agressividade e atividade sexual.


Foto: Igor Dutina/Stock Photo
Fitoestrogênios encontrados na soja e em produtos à base de soja aumentam níveis de estradiol e cortisol.
Fitoestrogênios encontrados na soja e em produtos à base de soja aumentam níveis de estradiol e cortisol.
O consumo de certos vegetais não só fornece nutrientes-chave, mas também pode influenciar os níveis de hormônios e comportamentos como agressividade e atividade sexual. É o que revela estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA.
A pesquisa é a primeira a observar a conexão entre compostos estrogênicos de plantas, ou fitoestrogênios, e o comportamento em primatas selvagens, neste caso, um grupo de macacos vermelhos colobus em Uganda.
Quanto mais os macacos comeram as folhas de Millettia dura, árvore tropical que contém estrogênio, mais elevados seus níveis de estradiol e cortisol. Eles também descobriram que, com os níveis de hormônios alterados, apareceram mais atos de agressão e sexo, e menos tempo gasto com comportamentos de ligação social.
"Esse é um dos primeiros estudos feitos em um ambiente natural, proporcionando evidências de que produtos químicos da planta podem afetar diretamente a fisiologia de um primata selvagem e seu comportamento, agindo sobre o sistema endócrino", afirma o principal autor do estudo, Michael Wasserman.
A equipe acredita que ao alterar os níveis hormonais e comportamentos sociais importantes para a reprodução e saúde, as plantas podem ter desempenhado papel importante na evolução dos primatas, incluindo o ser humano.
Durante 11 meses, os pesquisadores acompanharam o grupo de macacos e registraram o que os primatas comiam. Para observações comportamentais, os pesquisadores se concentraram em agressão, como marcado pelo número de perseguições e lutas, a frequência de acasalamento e o tempo de preparação.
Para avaliar as mudanças nos níveis de hormônio, os pesquisadores coletaram amostras fecais, uma vez por semana de cada um dos 10 machos adultos do grupo. Mais de 407 amostras foram colhidas e analisadas para os níveis de estradiol e cortisol.
Eles descobriram uma variação sazonal no consumo de plantas estrogênicas, que compunham 0,7 a 32,4% da dieta dos macacos em uma semana normal. Para os machos adultos, quanto maior consumo de plantas estrogênicas, maiores os níveis de estradiol e cortisol, dois hormônios esteroides importantes para reprodução e resposta ao estresse.
Os fitoestrogênios são também encontrados em alimentos de consumo dos seres humanos, especialmente a soja e produtos à base de soja. A árvore Millettia dura é parente próximo da soja.
"Com toda a preocupação hoje sobre consumo de fitoestrogênios por seres humanos, através de produtos da soja, é muito útil descobrir mais sobre a exposição a estes compostos em primatas que são ancestrais humanos", afirma a coautora Katharine Milton.
A equipe agora está examinando a relação entre os fitoestrogênios e outras espécies de primatas, incluindo o nosso parente vivo mais próximo, o chimpanzé, para determinar a relação entre o consumo de plantas estrogênicas e seus efeitos no organismo.
"Depois de estudar os efeitos dos fitoestrógenos em macacos e primatas que comem frutas, poderemos ter uma noção melhor de como estes compostos estrogênicos podem influenciar a saúde e o comportamento humano", conclui Wasserman.

Fonte: Isaude.net

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