7 de fevereiro de 2013

O NORDESTE CLAMA POR SOCORRO!

Quem é a 'voz ativa' da pior seca nordestina das três últimas décadas?

O Nordeste vive a pior seca dos últimos 30 anos. A cada dia que passa, o sentimento de tristeza toma conta do rosto de jovens, adultos e idosos, principalmente do agricultor, que da terra e do gado retira a alimentação de sua família, como também abastece as pequenas e grandes feiras livres, com tomate, cenoura, macaxeira, banana, laranja, leite, queijo e etc.

Vivemos no "Planeta Água"; no Planeta dos lençóis freáticos; no Planeta divisor de imagens belíssimas, a exemplo do encontro dos Rios Negro e Solimões; no Planeta que carrega, em seu coração, raridades como o Rio Amazonas e o velho Chico; no Planeta que traz consigo a historicidade e potencialidade do Rio Nilo; enfim, vivemos num Planeta que é composto por 70% de água, embora 97% seja salgada. Infelizmente, a água, fonte da vida do homem, da fauna e da flora, em geral, está se esvaindo na individualidade daqueles que "dividiram" o Planeta Terra, de acordo com seus interesses. E o nosso querido Nordeste, que não está localizado numa região privilegiada quanto aos índices pluviométricos, onde fica nesse contexto? De quem é a culpa? Dos Governos Municipais que comportam o sertão nordestino? Dos Governos Estaduais que, na maior parte das vezes, ficam inertes e depositam toda a esperança na transposição do velho Chico? Do Governo Federal, que deve criar medidas ultra emergenciais, a fim de manter a sobrevivência de uma região que caminha para um cenário de desertificação? Sim, é preciso que se tomem medidas para "ontem". Entretanto, as mesmas funcionarão como uma espécie de reabastecimento instantâneo, pelo menos num primeiro prazo, das necessidades humanas do agora, do presente, da atualidade. E o futuro? E o amanhã? E 2014? Devemos continuar apenas rezando ou orando para que Deus, São José e São Pedro derramem as bênçãos dos céus, em formato d´água?

O Nordeste clama por socorro. Contudo, antes de mais nada, torna-se necessário que as autoridades competentes criem, o quanto antes, novos mecanismos de capacitação em armazenamento de água doce, num processo a longo prazo, a fim de que, numa posterior e eventual seca de 3 ou 5 anos, o sertanejo, o rebanho e toda a vegetação que corta a caatinga, respire com um mínimo de conforto e dignidade. Não adianta somente reclamar e lançar ofensas, nas redes sociais, a Governo aqui ou acolá, como também a fulano ou sicrano. É preciso, e de maneira imprescindível, ir à luta e cobrar pelo tão necessitado "ouro branco". Sim, isto é possível e não é absurdo almejar tal. Basta que todos nós estejamos engajados nesta luta social e solidária. Revoltas ou agressões com palavras de baixo calão, como se têm percebido nos últimos tempos, não resolverão o problema da água. Precisamos de um verdadeiro e válido diálogo entre os diversos segmentos da sociedade, sejam eles partidários, apartidários, cristãos, ateus e etc. Ou seja, necessitamos fazer uma ponte entre Sertão, Agreste e Zona da Mata, já que, afinal de contas, as populações que residem nas duas últimas regiões mencionadas, são as maiores beneficiadas durante os famosos períodos juninos, carnavalescos, entre outros. Portanto, a obrigação é de todos. Pense nisso... Alerta Brasil!!!

Igor da Nóbrega Gomes,

Foto: Alex Régis

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