24 de dezembro de 2012

Seres humanos. Eles são seres imperfeitos. Lembre-se sempre disso.


Exemplo 1: Recentemente, fui até à farmácia a fim de comprar um medicamento para um problema de garganta que estava me incomodando. Devidamente munido da receita médica contendo o nome do medicamento e seu princípio ativo, me dirigi ao balcão e solicitei o produto. A vendedora nem sequer se deu ao trabalho de pesquisar no sistema de estoque se havia o produto em questão. Simplesmente olhou a receita e disse, de pronto, que não havia o medicamento na farmácia. Caramba, mas custava ter pelo menos se esforçado em pesquisar no computador, ou pelo menos conversar com outro funcionário, se havia o produto em estoque, ou numa filial da mesma rede em outro endereço?

Tá, como eu não estava com paciência para ficar discutindo com a vendedora acerca de sua péssima má-vontade em atender ao cliente, e como eu estava precisando desse medicamento, me dirigi até outra farmácia, de outra rede, em busca do tal xarope. O vendedor olhou a receita, fez a consulta nas prateleiras, fez a consulta no computador, conversou com outro farmacologista, e finalmente me disse que não havia o medicamento na farmácia, mas que havia outro com o mesmo princípio ativo. Quanta diferença de tratamento!

Exemplo 2: em outra situação, recebi dias atrás, no extrato de meu cartão de crédito, o lançamento da primeira parcela da anuidade do cartão de crédito, cujo valor total beirava os R$ 400 (!!!). Como já relatei antes, eu abomino pagar qualquer tarifa de anuidade, ainda mais com o mercado oferecendo tantos cartões a custo zero a quem faz bom uso dos plásticos.
Pois eu já sabia de antemão que a negociação da anuidade desse cartão, estabelecido em parceria com o programa de milhagem de uma certa companhia aérea, seria algo deveras penoso. Dito e feito. Ao ligar no 0800 para tentar negociar a anuidade, a atendente foi bem ríspida: “o valor da anuidade é i-ne-go-ci-á-vel“, com essa última palavra sendo pronunciada em tom praticamente monossilábico, como se o cliente não tivesse a capacidade de entender o que estava sendo falado ao telefone. Tentei de todas as maneiras salvar a manutenção do cartão, por meio de todas aquelas táticas descritas antes, mas não funcionou. Impressionante a falta de flexibilidade de algumas administradoras de cartão para negociar a anuidade, como se o cartão de crédito deles fosse o melhor dos melhores. O pior foi ter que ouvir a grosseria da atendente no telefone, como se toda negociação de anuidade fosse uma guerra, onde você tem que ir armado até os dentes para enfrentá-la.
Bom, o resultado, como não poderia deixar de ser, foi a perda de receitas por parte da referida administradora do cartão. Outro dia, já sem estresse, tive a sorte de conversar com um profissional mais sereno, e cancelei de modo bastante fácil e rápido o referido cartão.
O que esses exemplos têm em comum e demonstram? Que, na vida social, você estará sempre lidando com seres humanos, e seres humanos, como está escrito no título desse artigo, são seres imperfeitos. Não deixe que a imperfeição deles estrague a perfeição do dia que você deseja levar.
E isso tem muito a ver com o princípio 90/10, descrito por Stephen Covey, no livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes”. Fernando Oliveira, em ótimo artigo dedicado a esse princípio, nos dá a definição de tal princípio:
“O que significa isso? Ele afirma que os 10% da vida estão relacionados com o que se passa com você, os outros 90% da vida estão relacionados com a forma como você reage ao que te acontece. Não podemos evitar que o carro quebre, que o avião atrase, que o semáforo fique vermelho, mas você é quem determinará os outros 90%. Como? Com a sua reação!”
Voltando aos exemplos acima, eu poderia ter ficado enfurecido com a vendedora da primeira farmácia, e, emocionalmente estressado por uma briga “daquelas”, nem ter me dado ao luxo de procurar outra farmácia. E, no caso da anuidade do cartão, eu poderia ter prolongado ainda mais a discussão, e, vencido pela discussão, aceitado passivamente a cobrança de uma tarifa que não tinha qualquer justificativa ou razão de ser.
Nas nossas relações sociais, é muito importante ter o controle de nossas reações, o que quase sempre acaba significando o controle de nossas próprias emoções, e não deixar que as emoções fiquem nos controlando.
Assim, sempre que um comportamento de alguém não corresponda às suas legítimas expectativas, “dê um desconto”. 
Lembre-se sempre de que você está lidando com seres humanos, que, por definição, são seres imperfeitos, ou seja, pessoas que também falham.
Não deixe que comportamentos ruins de outras pessoas deixem resíduos emocionais negativos em sua mente e em seu coração, pois esses mesmos resíduos emocionais negativos podem se alojar em sua psique, e servir como verdadeiras “faíscas” para comportamentos com alta carga de negatividade e potencial destrutivo de sua parte. “Bola pra frente”. Não dê às atitudes equivocadas de outros uma dimensão maior do que realmente têm. Assuma o controle de suas reações, e procure ter uma nova maneira de agir e ver o mundo quando alguma coisa lhe acontece.
Na verdade, é inerente à nossa própria natureza esperar que os outros ajam conforme nossas expectativas. Que o avião não atrase. Que as pessoas ajam de modo civilizado no trânsito. Que o seu chefe compreenda seu esforço no trabalho. Que o seu cliente aceite a negociação nos termos em que foi proposto por você. Mas nem sempre é assim. A vida é cheia de situações imperfeitas, de fatos inesperados, de atos e comportamentos que contrariam nossos desejos. Cabe a nós agir de forma apropriada e consciente, e não simplesmente reagir de forma inábil e emocionalmente destrutiva.
Se você parar a fim de refletir um pouco, perceberá que tais situações funcionam como uma espécie de teste, para construir, moldar e solidificar seu caráter e suas virtudes. Pois é das dificuldades e problemas que emergem os valores a que tanto aspiramos: perseverança, paciência, controle emocional etc. Por isso, não inflame uma discussão em voz alta com gritos em um tom de voz mais alto ainda. Dê um tempo. Afaste-se. Reflita. Pare e pense: eles não são seres divinos. São apenas seres humanos, e, como qualquer ser humano, seres imperfeitos. Dê um desconto. Eles não sabem direito o que estão fazendo.
Ora, se até eles não sabem direito o que fazem, para quê ficar ocupando o tempo de sua mente com coisas tão insignificantes? Você tem outras tarefas muito mais importantes para lidar. Você tem prioridades. Reagir de modo impulsivo não vai melhorar em nada a situação. Sua atenção merece ser ocupada com coisas de real valor, que adicionem qualidade ao seu dia, e não que tragam prejuízo a esse mesmo dia, diminuindo sua qualidade. Pense nesse artigo quando estiver lidando com algum ser imperfeito que fez algo, na sua visão, imperfeito.

Um grande abraço, e que Deus os abençoe!

FONTE: www.valoresreais.com

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