29 de dezembro de 2012

Qual é o seu grau de inveja?

Quem só pensa em si mesmo é visto com desconfiança; faça o teste e descubra se você é assim


Ao olhar para o lado e enxergar o outro, a pessoa ganha respeito e portas se abrem para relações saudáveis
Em um mundo cada vez mais competitivo, violento e desigual, a tendência é as pessoas se tornarem mais individualistas, tentando sobreviver em um meio que muitas vezes é hostil e cruel. As relações vão ficando impessoais, distantes, com pouco envolvimento afetivo. Claro que também há outro lado: indivíduos que, percebendo tudo isso, vão na contramão e buscam a espiritualidade, o amor ao próximo, uma maneira mais solidária e humanista de viver.

Além do entorno que leva ao personalismo, outras condicionantes determinam se o sujeito será ou não preocupado com o próximo. A principal delas, a criação. “Tal aprendizado vem desde a infância. Os pais passam para os filhos, em suas atitudes, e na forma como tratam os demais. Fica o registro do modelo de relacionamento em que se tornam evidentes a atenção e o respeito alheios, ou o contrário disso”, destaca Marina Vasconcellos, especialista em psicodrama terapêutico pelo Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo.



Padrão de pai para filho

Tudo serve de exemplo para as crianças: o modo como o casal se trata mutuamente, como se dirige aos filhos; o ato simples de cumprimentar os funcionários do prédio onde moram; o hábito de agradecer, falando “obrigado”, às pessoas que lhe fazem algo; o pedir com educação, sempre acompanhado do termo “por favor”. “Enfim, todas essas atitudes são compreendidas, pelo menor, como um cuidado necessário com os outros. Os bons progenitores ainda ficam alerta para chamar a atenção do pequeno quando este desrespeita um colega, ou se recusa a dividir um brinquedo”, diz a psicóloga.

No outro extremo, estão indivíduos que não desenvolveram a generosidade por questões familiares ou convívio com educadores em que imperava, na relação, conflitos, desentendimentos ou incompreensões, levando ao desrespeito mútuo. “A situação piora se os pais são omissos na educação, deixando passar situações em que o desacato predominou, sem chamar a atenção para o fato. Idem se apresentam um modelo de conduta pautado na agressividade, na imposição, na falta de diálogo. Daí para surgirem sujeitos egoístas, que não aprenderam a se colocar no lugar do outro, é um pulo”, sustenta Marina Vasconcellos.

Respeito e oportunidades
Ao olhar para o lado e enxergar o outro, a pessoa ganha o respeito não só deste cidadão em especial como também de muitos outros. Portas se abrem para relações saudáveis e oportunidades profissionais, pois fica claro que há habilidade para conviver em sociedade e preocupação com o próximo. “Isso é de uma importância ímpar no mundo atual, em que tudo leva ao egocentrismo e exclusivismo”, salienta Marina Vasconcellos.

Por outro lado, quem é autocentrado e pensa sempre em si mesmo em primeiro lugar, não levando os demais em consideração, sofrerá as consequências. Serão vistos com receio e não passarão confiabilidade – porque podem, por exemplo, abrir mão de algo que estavam fazendo em parceria e mudar o rumo do negócio caso seu interesse não seja mais aquele. E isso sem levar em conta o impacto sobre o outro ou o que ele pensa sobre o fato. “Quem lida com uma pessoa reconhecidamente egoísta tem que estar alerta, encará-lo com ressalva, pois não dá para contar totalmente ou mesmo confiar”, diz a psicóloga.

Agora, uma observação: sabe aquela história de que os extremos são complicados? Pois é o que defende Cecília Zylberstajn, psicóloga pela PUC-SP, psicodramatista e psicoterapeuta de adolescentes e adultos.
“Penso que ambos – egoístas e altruístas exagerados – sofrem. Os primeiros acabam se isolando e tendo relações prejudicadas pela falta de troca humana. Dar é um prazer que se aprende, e essas pessoas não vivenciam isto. Por outro lado, os muito altruístas podem ficar insatisfeitos consigo mesmos, não alcançando sempre seus objetivos de ajudar o próximo e, por vezes, sentindo-se abusados e sobrecarregados. Não podemos ser totalmente dependentes nem independentes, o saudável é ser interdependente.”
Para quem quer mudar o panorama e se tornar uma pessoa mais solidária, as terapeutas dão algumas dicas, acompanhe:



Você pode se tornar mais solidário, basta querer

Tenha consciência de que não está só no mundo. “O homem é um ser relacional, um precisa do outro para levar uma vida saudável. Ninguém sobrevive sozinho”, diz a psicóloga Marina Vasconcellos
Faça com e para o outro aquilo que gostaria que fizessem com e para você
“Experimente doar, pessoalmente, objetos que já não usa para pessoas necessitadas. Sinta a reação e o agradecimento delas”, recomenda Vasconcellos. Esta época, em que impera o espírito de Natal, é excelente para investir nisso
Se tiver tempo disponível, dedique-se a alguma atividade voluntária em que possa se sentir útil e valorizado
Antes de tomar uma atitude que envolve outros indivíduos, pare e pense se não precisa ouvi-los também. “A opinião alheia, em muitos casos, acrescenta experiência e nos enriquece”, diz Cecília Zylberstajn
Não seja tão reativo e refratário ao que os outros pensam. “Estar aberto ao seu semelhante, e respeitar as intervenções dele, faz parte da maturidade”, considera Marina Vasconcellos
Por fim, fique atento ao feedback das pessoas em relação ao seu comportamento. Se muitos lhe dizem que é egoísta, reflita e analise se não é verdade, e se não está na hora de mudar. “Um bom caminho pode ser a psicoterapia. Por meio dela, você entenderá por que age assim e, mais que isso, aprenderá a se colocar de maneira diferente perante a vida, caso isso lhe faça sentido”, conclui Vasconcellos.

FONTE:Do UOL, em São Paulo/POR Rosana Faria de Freitas 

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