Estamos no ano de 1983. A tensão entre Estados Unidos e União Soviética está no seu pico. Depois da eleição do republicano Ronald Reagen como quadragésimo presidente americano. Reagen, que ao contrário de seus sucessores, pregava a volta do cerco soviético, acabara de lançar o mais polêmico programa bélico da história recente: A Iniciativa Estratéga de Defesa (em inglês, SDI ou Strategic Defense Initiative), ou como ficou popularmente conhecido, Programa “Guerra nas Estrelas”, em uma alusão clara ao filme de George Lucas.
Apesar do nome, o programa americano tinha bases bem terrestres: Uma rede de radares e mísseis em terra esquadrinharia o espaço para impedir ataques transcontinentais por parte da União Soviética. Embora o projeto nunca tenha realmente sido colocado em prática, representou o rompimento de uma barreira na milenar arte da beligerância. O espaço, antes apenas temido e explorado, agora se tornaria palco da estupidez e truculência humana.
Apesar do insucesso do Programa ainda no fim dos anos 80 (embora o Presidente George W. Bush tenha reativado no seu mandato, o que provocou novas tensões com a Rússia e a China), o espaço exterior pode não estar totalmente livre da guerra. De fato, assim como o mar, o espaço é considerado uma área de livre exploração. Porém, poucas são as nações que detém capital tecnológico e financeiro para tal. Desse modo, é fácil pensar que algumas nações, mais do que outras, tem interesse no desenvolvimento de armas espaciais.
Além dos Estados Unidos e da Rússia, que apesar de hoje viverem uma certa calmaria política possuem algumas opiniões bem antagonicas sobre alguns assuntos territoriais, também podemos citar a China como uma possivel nova potência espacial. Ora, o que impediria os chineses de colocar tecnologias de guerra no espaço? Considerando ainda a sua aproximação com a Coréia do Norte e a cisma com o ocidente nas questões ambientais, podemos ter um painel assustador do perigo que isso representaria.
Embora muitas pessoas não percebam, as tecnologias militares espaciais já fazem parte de nossa vida. A popularização dos celulares só foi possivel através dos testes de comunicação militar que popularizaram o uso de microondas. Outro exemplo é o GPS, desenvolvido originalmente para ataques militares de aviões e mísseis. Ainda hoje os aparelhos GPS domésticos tem uma porcentagem de erro na casa dos três metros, de maneira que apenas os militares utilizem os equipamentos com precisão de 100%.
E o que está sendo feito de efetivo nesse sentido? No espaço, pouco ainda. Americanos e Israelenses trabalham em uma tecnologia conhecida como MTHEL (sigla para Mobile Tactical High Energy Laser ou Laser Tático Movel de Alta Potência), baseada em um pulso de luz produzido por fluoreto de deutério. O pulso gera uma temperatura de milhares de graus no alvo, e pode ser disparado instantaneamente, uma vez que viaja na velocidade da luz.
Uma solução parecida foi testada em aviões Hércules da Força Áerea americana. Constituído basicamente de uma fonte de energia que estimula o Iodo, seria uma arma com um alcance estimado em 20km, e precisão suficiente para estourar os pneus de um carro em terra. Por enquanto, um dos segredos bem guardados da NASA é o ASAT, ou Anti-Satellite Weapon. Instaladas em satélites, sua função seria destruir ou avariar satélites e outros equipamentos em órbita pertecentes ao inimigo. Como saber se não existem uma ou várias dessas sobre nossas cabeças?
Mais impressionante talvez seja a arma conhecida como DREAD, um canhão de alta potência que dispara projéteis esféricos em altíssima velocidade, com distância média de 01 cm entre cada um deles. Pior: O DREAD é absolutamente silencioso e não produz fumaça, pode atingir mais de um alvo simultaneamente e sim, pode ser acoplado em satélites e aviões.
Estamos seguros? O que podemos esperar é que a humanidade tenha aprendido como um todo que a guerra, independente das sua proporções nunca tem vencedores, apenas vantagens políticas e econômicas. Atualmente as grandes nações tem caminhado no sentido de resolver suas pendências através de tratados e acordos bilaterais. Mas a estupidez humana é incalculavelmente superior ao seu bom-senso, e não existe nada que possa impedir a criação de armas cada vez mais potentes e letais. Talvez estejamos caminhando para um futuro onde o céu deixe de ser sinônimo de paz e tranquilidade.
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