24 de junho de 2013

Preocupe-se com o que coloca no prato: peixes estão mutantes e radioativos, diz Cousteau


O oceano representa mais de 90% do espaço habitável do planeta. Cerca de 50 a 80% da vida na Terra está embaixo das superfícies dos oceanos, como este animal marinho descoberto sob as águas de um vulcão, perto da baia de Monterey, nos EUA AP/Noaa

O oceano dá o oxigênio de uma em cada duas inspirações. Mergulhadores tirar uma estrela do mar que estava matando corais na ilha Verde, em Manila, nas Filipinas AFP/Diovanie De Jesus/PAWB

Os recifes de corais são bercários nos oceanos, em alguns corais tropicais, por exemplo, podem existir mais de mil espécies por metro quadrado. Mas 75% dos corais estão ameaçados pela acidificação dos oceanos. Na imagem, corais nas Filipinas
 
Os oceanos são responsáveis pelo emprego de 350 milhões de pessoas e por uma indústria que vale 1,2 trilhão de dólares. Os parques de vida marina são uma grande fonte de turismo para muitos países, como este em Cingapura
 
Entre 30% e 35% dos habitats marinhos como algas, mangues e recifes de coral estão destruídos. Na imagem, mangue do Rio Potengi, em Natal Folha Press

Até 2050, 87% das espécies exploradas estarão totalmente extintas, diz a Organização de Comida e Agricultura das Nações Unidas. Na imagem, vida marinha de Raja Ampat, na Indonesia AFP/Ebram Harimurti/Marine and fisheries services of Raja Ampat Regency

Imagem mostra atol Funafuti, que faz parte das ilhas Tuvalu, que estão ameaçadas de desaparecer pela elevação no nível do mar causada pelo derretimento de geleiras AFP/Torsten Blackwood

As espécies de peixes grandes como bacalhau, atum e tubarões estão desaparecendo, sobraram apenas 10% delas. Além disso, 1 em cada 3 pessoas no mundo tem como fonte primária de proteína os peixes.

Jean Michel Cousteau, 75 anos, seguiu os passos do pai e é oceanógrafo e ambientalista. E, para quem acha que a proteção dos oceanos é uma questão distante, ele faz um alerta: "Usamos os oceanos como lixo, a poluição e contaminação se acumulam, afetam toda a cadeia alimentar e chegam a seu prato". Segundo Cousteau, em suas incursões pelos mares, já encontrou muitos peixes mutantes, caranguejos sem as características pinças e outros animais afetados pela contaminação humana.
"As pessoas têm que entender que só temos uma fonte de água. Meu pai tinha o sonho de ir ao nordeste do pacífico, um lugar no meio do nada entre os EUA e o Japão, sem contato nenhum com o homem. Mas percebemos que toneladas de peixes vinham de vários países, e o que encontramos lá? Milhares de produtos químicos, que estão na pílula que você toma para dor de cabeça, vão para os oceanos e vimos que eles têm consequências graves. Não só nos oceanos, mas também na água doce. E estamos colocando isso no nosso prato", destacou no Fórum Mundial de Meio Ambiente, em Foz do Iguaçu.
O oceanógrafo também lembrou que traços de radiação da usina de Fukushima no Japão foram encontrados em atuns na costa da Califórnia, nos EUA. "Os japoneses não comunicam direito os alcances do vazamento porque não querem assustar as pessoas, mas assim as pessoas não sabem as consequência da catástrofe", afirma.
Cousteau ressalta que as informações oficiais são de que a contaminação foi pequena, mas a radiação é absorvida por algas, que são comidas por peixes pequenos, que são alimento para peixes maiores e assim por diante. "O atum é o peixe mais rápido do oceano, nada a 64 km/h. Ele nada por todo o pacífico e a radiação vai se acumulando até que ela possa afetar as pessoas".
O vazamento de óleo também é lembrado pelo pesquisador como um fator de grande impacto na vida marinha. "40% da pesca dos EUA vêm do Golfo do México, por isso a contaminação da BP foi tão preocupante". Ele lembra ainda que as orcas, sua criatura favorita nos oceanos, estão com a população em perigo porque o petróleo atrapalha sua reprodução.
já as focas comem muito plástico que está nos mares, porque confundem com alimento. "Foi encontrada uma foca com 3,5 kg de plástico na barriga. Pássaros que vem do hemisfério sul para por ovos também encontram muito entulho. Temos que parar de usar os oceanos como lixo", conta.

Com fome ninguém aprende

"Quando eu tinha pouco mais de 5 anos, eu comecei a conhecer o que é 65% do mundo, os oceanos. Meu pai falava: como a gente vai proteger o que a gente não conhece? É o que eu chamo de educação", diz Cousteau. Ele lembra ainda que "com fome ninguém aprende nada", então o Brasil deveria investir na erradicação da pobreza para conservar o meio ambiente.
"Vocês têm uma grande oportunidade de ser exemplo para o mundo. Vocês têm todos os recursos que precisam. 20% de toda água doce do mundo está no Brasil, as pessoas querem ajudar", concluiu. (* A jornalista viajou à convite do Fórum)

FONTE: noticias.bol.uol.com.br
http://zip.net/bckhPW

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