11 de abril de 2013

Sob pressão dos números, mercado de motocicletas vive otimismo relativo

Ilustração: Afonso Carlos/Carta Z Notícias e Divulgação

Sob pressão dos números, mercado de motocicletas vive otimismo relativo
Mercado brasileiro de motocicletas dá sinais de reação em março, mas situação do setor ainda é preocupante
por Michael Figueredo
Auto Press

Depois de um 2012 em queda, as projeções para o mercado de motocicletas em 2013 foram pouco otimistas. Esperava-se o crescimento de 2,4% nas vendas em relação ao ano anterior. Para piorar, os meses de janeiro e fevereiro apresentaram um cenário tão conturbado que mesmo as modestas ambições do segmento foram colocadas em dúvida. Porém, com o fechamento de março, uma inusitada mistura de animação e ceticismo tomou conta do setor. A alta em relação ao mês anterior deixou esperançosa parte do mercado.  No entanto, a avaliação deste ano em comparação a 2012 mostra que a situação está longe de se tornar confortável para a indústria de duas rodas.

De acordo com dados da Abraciclo – associação que reúne os fabricantes de motocicletas –, o mês de março teve alta de 6,4% na produção de motos em relação a fevereiro. Ao todo, 131.174 unidades saíram das fábricas, contra as 123.338 anteriores. Houve ainda o incremento de 7,1% no volume de vendas no atacado – 129.982 ante 121.361 unidades. O resultado foi o suficiente para que a entidade reiterasse a projeção feita no início do ano. “Talvez no mês anterior eu não apostasse nisso, mas com os resultados de março, a expectativa para 2013 está mantida” , aposta Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.

Apesar do otimismo, os números revelados pela própria entidade contrariam as análises positivas. O acumulado do primeiro trimestre de 2013 teve volume 25,1% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, com pouco mais de 380 mil unidades produzidas contra quase 510 mil um ano antes. O somatório das vendas dos três meses desse ano chegou a 366.078, queda de 21,9% em relação aos 468.493 licenciamentos de 2012. Para o gerente de vendas da Kawasaki, Ricardo Suzuki, falar em recuperação do mercado é precipitado. “ Os indicadores acumulados é que mostram as tendências para médio e longo prazo. A situação pode até melhorar, mas as perdas na casa dos 25%, não corroboram essa esperança” , avalia Ricardo.

Toda a dificuldade no mercado ainda é gerada por uma das principais causas da retração do ano passado: as restrições na concessão de crédito. Porém, alguns fatores do atual momento do Brasil, como a queda do desemprego, contribuíram para a evolução relativa no mês de março e o tímido aumento das vendas. Na medida em que a estabilidade profissional do comprador cresce, a procura por motocicletas se dilata. E o volume maior faz com que, mesmo com as dificuldades de crédito, o número de aprovações aumente proporcionalmente. “É um mercado muito sensível, porque é movimentado principalmente pelas motos de menor cilindrada, cujo público-alvo é formado por aqueles que tem menor poder aquisitivo. Então, qualquer pequena alteração, positiva ou negativa, reflete diretamente nos resultados” , diz Paulo Roberto Garbossa, consultor da ADK Automotive.

Outro indicador macroeconômico que causa impactos no setor é a taxa de juros. A instabilidade registrada ao longo de todo o ano passado tem reduzido gradativamente e a consolidação dos índices atrai mais consumidores. Segundo Marcos Fermanian, esse fator favorece o otimismo. O presidente da Abraciclo se baseia no mesmo comparativo com o ano passado para ratificar a confiança na recuperação. “O primeiro trimestre de 2012 foi melhor que o desse ano, mas as vendas caíram de janeiro a março. Neste ano, embora o volume seja menor, os números sobem. Apesar das dificuldades, teremos uma recuperação gradativa a partir do segundo semestre” , analisa Fermanian.

FONTE: motordream.bol.uol.com.br/Sob pressão, 

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