Para ajudar no tratamento, os pacientes passarão a contar, ainda este ano, com um conjunto inovador de medicamentos. A nova terapia será composta pelo daclatasvir, sofosbuvir e simeprevir. Com estes componentes, o paciente tem uma taxa de cura de 90%, significativamente maior que todos os tratamentos utilizados até o momento, e duração de 12 semanas, contra as 48 semanas de duração do tratamento anterior.
O médico Rogério Alves, que atende os pacientes da Associação Brasileira dos Portadores de Hepatite (ABPH), conta que a incorporação dos novos medicamentos no SUS trará um grande ganho na qualidade de vida de quem sofre de hepatite C. “A importância é imensa. Além do tempo de tratamento ser muito mais curto, ele tem uma chance de cura muito boa. O tratamento anterior cobrava um preço muito caro dos pacientes, com efeitos colaterais que afetam a vida cotidiana. Este tem efeitos colaterais mais leves. O novo medicamento vai ajudar muito na continuidade do tratamento e na quantidade de pessoas que poderemos tratar. Vamos conseguir que os pacientes não desistam e aumentem a possiblidade de cura”.
A transmissão da hepatite ocorre, dentre outras formas, por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de material para preparo e uso de drogas, objetos de higiene pessoal - como lâminas de barbear e depilar -, alicates de unha, além de outros objetos que furam ou cortam na confecção de tatuagem e colocação de piercings.
Diagnosticado em 2007, Luiz Carlos Amaral, 43 anos, aguarda com ansiedade os novos medicamentos. “Desconfio que contrai a hepatite em uma transfusão de sangue que fiz em 1981. Só fui descobrir a doença muito mais tarde. Nesta época, eu já tinha complicações no fígado e no esôfago”, conta.Luiz Carlos Amaral Foto: Arquivo PessoalLuiz Carlos Amaral Foto: Arquivo Pessoal
Atualmente Luiz Carlos é diretor comercial da ABPH de Montes Claros (MG) e não obteve o sucesso esperado na primeira tentativa de tratamento por conta de efeitos colaterais da medicação. “O tratamento foi muito difícil, tive queda de que cabelo, perda de paladar e uma queda do número de plaquetas no sangue, que foi o principal motivo de ter interrompido. O médico achou melhor eu esperar a nova tecnologia, pois o medicamento poderia até fazer mais mal. Espero com muita esperança o novo tratamento, principalmente pela diminuição dos efeitos colaterais”, conta.
Estima-se que no Brasil entre 1,4 a 1,7 milhão de pessoas podem ter tido contato com o vírus, sendo a maior parte na faixa etária dos 45 anos ou mais. Essa concentração em pessoas com mais idade ocorre porque até o início dos anos 1990 não existiam testes capazes de detectar o vírus da hepatite C em transfusões de sangue e os procedimentos de biossegurança. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda que toda pessoa com mais de 45 anos faça o teste para detectar o vírus da hepatite C que está disponível no SUS.
Os pacientes infectados pelo vírus da hepatite C vão contar com um novo tratamento que garante 90% de cura. Confira: http://www.blog.saude.gov.br/u85far #TVSaúde
Posted by Ministério da Saúde on Segunda, 22 de junho de 2015
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