Integrantes do movimento caminharam um mês de São Paulo a Brasília.
Eles foram recebidos por deputados de partidos da oposição.
Policiais protegem o Congresso Nacional durante manifestação do Movimento Brasil Livre (Foto: Fernanda Calgaro/G1)
Após uma marcha de um mês a pé de São Paulo a Brasília, integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) protocolaram nesta quarta-feira (27) na Câmara dos Deputados um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Os manifestantes foram recebidos por deputados de partidos da oposição, incluindo PSDB, DEM e PPS, na rampa do Congresso. De lá, seguiram para uma audiência com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Vamos entregar um protocolo com mais de mil páginas com pareceres jurídicos sobre as pedaladas fiscais e acordos de leniências que legitimam o pedido de impeachment", disse o coordenador de unidades do Movimento Brasil Livre, Caique Mafra.
Mais cedo, os manifestantes fecharam três das seis faixas da Esplanda dos Ministérios. Segundo Mafra, representantes do movimento de várias regiões do país participam da marcha. A organização estimou em 500 o número de integrantes da manifestação. A Polícia Militar estimou entre 300 e 400 o número de participantes do ato, que reúne também o Movimento Brasil Limpo e Banda Louca, ambos de São Paulo.
Com carro de som e faixa, os manifestantes entoaram cantos contra a presidente Dilma e soltaram balões verdes e amarelos.
Os parlamentares oposicionistas comemoraram o gesto e cobraram uma posição do presidente da Câmara para que coloque em votação o pedido.
“Esperamos que o presidente Eduardo Cunha se debruce sobre esse pedido, que vem embasado em parecer de jurista de nome nacional, o Ives Gandra Martins, e, portanto, tem respaldo”, disse o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP).
“Ele [Cunha] vai ter que submeter a voto e o Brasil vai querer saber quais os deputados que votaram contra ou a favor do impeachment”, continuou Sampaio.
Integrantes do PSDB chegaram a ensaiar a apresentação de um pedido de impeachment, mas, após análises internas, o partido mudou de estratégia e entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República contra a presidente por supostos crimes contra as finanças públicas e de falsidade ideológica
Líder da bancada do DEM no Senado, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), também defendeu que o pedido de abertura de processo seja acolhido pelo comando da Câmara para ser analisado no plenário. “A tramitação determina que a Câmara é que deverá fazer essa votação, com 342 votos favoráveis [para conseguir aprovar o pedido]. Sendo aprovado, irá para o Senado e lá daremos continuidades”, explicou.
Questionado sobre a eventual abertura de pedido de impeachment, Cunha disse que só iria se manifestar após a audiência com o grupo de manifestantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário