Os especialistas chegam a dizer que a cajuína está para o Piauí como o champanhe está para a França. Tanto é assim que hoje se busca a denominação de origem da bebida no rótulo envasado.
Não é refrigerante, não recebe adição de açúcar, não é diluída, não é fermentada e nem alcoólica. Tem pelo menos cinco vezes mais vitamina C que o suco de laranja. Por algum tempo chegou a ser chamada de vinho seco de caju.
A bebida é tão comum no Nordeste brasileiro que até ganhou nome de uma música escrita por Caetano Veloso.
Para descobrir os sabores da cajuína, resolvi fazer uma brincadeira e provar todas as cajuínas que encontrei desde Picos (PI) até Balsas (MA). Foram sete rótulos diferentes e cada uma de paladar bem diferente. A maioria produzida no Piauí e outras feitas no Ceará. Além do suco, experimentei o único refrigerante de caju que encontrei. Também fiz um comentário à parte.
Uma dica para beber as cajuínas e o refrigerante de caju: peça para servir bem gelados.
Sem rigor científico, levando em conta apenas o paladar da bebida para um paulista como eu, que nunca tinha provado a bebida, estipulei nota de 0 a 5 para cada cajuína, onde 5 é a nota máxima. Veja abaixo a avalição do sommelier improvisado de cajuína:
Coroatá – forte, encorpada, doce e com um leve amargor no final. Aroma intenso e adocicado. Cor do líquido é dourado claro. Nota 3.
Coroatá – forte, encorpada, doce e com um leve amargor no final. Aroma intenso e adocicado. Cor do líquido é dourado claro. Nota 3.
Gosto da fruta – suave, mas um pouco ácida. Não é muito adocicada. Aroma gostoso. Cor do líquido vai do bronze para o dourado. Nota 2.
Capital do Caju – suave no começo, mas depois de certo tempo na boca começa a ficar com um pouco de amargor. Aroma mais forte. Não é muito doce. Cor do líquido dourada. Nota 2.
Aeroporto – suave na boca e levemente doce. Aroma bem característico do caju. Cor do líquido dourado. Nota 3.
Lili Doces – suave e agradável na boca, pouco adocicada. Aroma bem característico do caju. Cor do líquido puxada para o bronze claro. Nota 4.
Da Rosário – sabor caramelado, agradável na boca com uma leve acidez. Aroma bem característico do caju e de caramelo. Cor do líquido é bronze escuro. Nota 3.
São Francisco – Sabor suave e levemente doce, agradável na boca e bem refrescante. Aroma bem característico do caju. Cor do líquido dourado claro. Nota 4.
*São Geraldo – não é cajuína. Esta bebida se difere das outras por ser refrigerante, é gaseificado. É bem aceito na região por aqueles que não gostam apenas do suco do caju. É agradável, um pouco adocicado demais, mas é bem refrescante.
Ah, eu gostei da cajuína e beberei sempre que voltar ao Nordeste. Este post era para ter a análise nada científica também de Luciano Cury, o cinegrafista que me acompanha na expedição do G1 pelos Caminhos do Brasil. Ele chegou a provar duas das sete cajuínas que experimentei e o refrigerante também. Mas ele disse que “cajuína não é para mim”. O refrigerante ele gostou e achou refrescante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário