3 de novembro de 2013

Família unida é uma delícia, mas viver grudado impede a autonomia

  • Cultivar uma boa relação com parentes faz muito bem, mas ter autonomia também é importante
Cultivar uma boa relação com parentes faz muito bem, mas ter autonomia também é importante,
Fazer parte de uma família unida é algo de valor inestimável. É importante poder contar com o afeto e o apoio de pessoas queridas nas mais diferentes situações. E a construção de lembranças felizes ao lado de parentes, ao longo da vida, contribui para a formação da autoestima e traz segurança e serenidade para enfrentar dificuldades.
Nem sempre, porém, esses laços apresentam apenas aspectos positivos. Determinadas famílias muito ligadas têm regras e valores tão arraigados e particulares que, quando um dos membros tenta agir de maneira diferente, a harmonia se desfaz. Muitas se mostram resistentes à chegada de novos integrantes –genros e noras, por exemplo– que tenham personalidades ou preferências distintas daquelas que consideram ideais.
Por trás da cortina de felicidade, pode existir uma série de problemas. "Um exemplo típico é o casal que constrói um vínculo muito frágil entre si, pois não consegue espaço para fazer os próprios programas e para a privacidade, pois tem de conviver excessivamente com pais, sogros, cunhados etc.", diz a psicóloga e terapeuta familiar Marli Kath Sattler, coordenadora do Domus – Centro de Terapia de Casal e Família, de Porto Alegre (RS).


Em alguns casos, a convivência estreita atrapalha a definição de papéis. Por exemplo: para agradar os netos, avós passam por cima de ordens estabelecidas pelos pais, prejudicando a educação das crianças.

Como muitos homens e mulheres têm uma rotina de trabalho que exige longos períodos longe de casa, a ajuda dos avós nos cuidados com as crianças é bem-vinda. Mas é preciso deixar claro que se trata de uma colaboração, e não uma substituição de funções.

"Por mais que o relacionamento entre os integrantes de uma família seja próximo, os papéis precisam ser estabelecidos", afirma o terapeuta familiar e de casal Marcelo Lábaki Agostinho, psicólogo responsável pelo SEFAM da USP (Serviço de Atendimento a Famílias e Casais do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo).

Quando os parentes moram perto, é normal que uns tomem conhecimento da rotina da casa um do outro. O que deve ser combatida é a intromissão em assuntos totalmente particulares, como finanças, hábitos de lazer ou modo de educar os filhos.

Leia mais em: zip.net/btlmDF

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