Como lucrar com a eletricidade extra gerada pelos painéis solares
domésticos
O custo para a instalação dos painéis ainda é alto, mas está caindo. Um sistema residencial simples, de dois quilowatts de potência instalada sai por volta de R$ 14 mil (o preço varia de acordo com o tamanho do telhado e a região do Brasil), segundo o engenheiro Eduardo Bomeisel, da EBES, uma empresa que faz instalação de painéis solares. Essa estrutura pode gerar cerca de 230 quilowatts-hora por mês em uma casa em São Paulo, possibilitando economia de cerca de R$ 100 por mês. O investimento na placa solar seria pago em sete a dez anos. Parece muito, mas se levarmos em consideração que um aparelho desses, se bem cuidado, tem vida útil de 40 anos, são praticamente três décadas de lucro.
O primeiro passo para implantar o sistema é verificar se seu telhado recebe luz solar o suficiente. Prédios vizinhos à casa podem atrapalhar os planos. Para essa avaliação, o cliente encaminha uma conta de luz e uma imagem do telhado - pode ser pelo Google Earth – à empresa de instalação da placa. A região do país também entra na conta. "Quanto mais sol, e quanto mais cara a tarifa de energia, mais viável o sistema. No Nordeste, por exemplo, tem muito sol e a tarifa é muito cara, então vale a pena", diz Bomeisel.
A instalação dos painéis leva até dez dias. Para começar a receber a compensação pela energia, o consumidor precisa entrar em contato com a distribuidora da sua região e apresentar o projeto do sistema de geração de energia. Paulo Bombassaro, diretor de engenharia da CPFL, distribuidora do interior de São Paulo, diz que o projeto pode ser enviado pela internet, e a empresa vai analisar o estado da estrutura elétrica da região. "Fazemos uma análise se há a necessidade de obras na rede - trocar cabo de rede ou transformador, por exemplo. Em geral, não haverá necessidade", afirma. Se houver obras, o custo será da distribuidora, mas o consumidor precisa comprar um aparelho que mede o quanto ele consome e o quanto ele exporta para a rede. Esse aparelho é fundamental para calcular o valor da compensação, e custa cerca de R$ 1.500.
Especialistas em energia solar estão otimistas. Segundo Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal, voltado para a promoção da energia solar, a condição natural do país - com sol acima da média de países que investem forte em solar, como a Alemanha e China - e a existência de silício em grandes quantidades criam um cenário que pode colocar o Brasil na vanguarda das energias renováveis. Além disso, os benefícios para o meio ambiente são muitos: a energia solar reduz a emissão de poluição, as perdas de energia nas linhas de transmissão e o uso de água. "O povo brasileiro tem uma ligação muito forte com o sol. Está na hora de criar uma identidade com o sol também para a geração de energia. O sol é a energia do futuro", diz Passos. É ecológico e econômico.
BRUNO CALIXTO
No ano passado, o arquiteto José Ripper Kos participou de uma competição internacional para construir a casa que consumisse a menor quantidade de energia possível. Depois do concurso, decidiu aplicar na sua própria residência, em Florianópolis, alguns elementos de sustentabilidade, entre eles a geração de energia solar. Ele instalou painéis fotovoltaicos no telhado e vai procurar a distribuidora de energia para pedir compensação pelo que está gerando. Kos deve conseguir economizar cerca de R$150 por mês, graças a uma nova regra da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula da área de energia.
A resolução, aprovada em dezembro, permite que os consumidores possam
fornecer a energia que sobra de seus painéis solares e obter créditos na conta
de luz. Os equipamentos geram energia apenas de dia, sob o sol. E sai muito caro
usar baterias para armazená-la para a noite, quando o consumo residencial é
maior. Por isso, parte da energia é perdida. A nova regra acaba com esse
problema. Quando o consumidor sai de casa, basta ligar o painel solar na rede
elétrica, passando a gerar energia para a distribuidora. No final do mês, ele
recebe o desconto correspondente na conta. "Se você consome 100 quilowatts-hora
por mês, mas gera 90 quilowatts-hora, vai pagar apenas 10 quilowatts-hora. Se
gerar mais do que consome, ganha créditos para usar depois. É como se fosse um
plano acúmulo de milhas", diz o coordenador de energia do Greenpeace, Ricardo
Baitelo. Os créditos podem ser repassados para outro imóvel, registrado com o
mesmo CPF ou CNPJ.No ano passado, o arquiteto José Ripper Kos participou de uma competição internacional para construir a casa que consumisse a menor quantidade de energia possível. Depois do concurso, decidiu aplicar na sua própria residência, em Florianópolis, alguns elementos de sustentabilidade, entre eles a geração de energia solar. Ele instalou painéis fotovoltaicos no telhado e vai procurar a distribuidora de energia para pedir compensação pelo que está gerando. Kos deve conseguir economizar cerca de R$150 por mês, graças a uma nova regra da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula da área de energia.
O custo para a instalação dos painéis ainda é alto, mas está caindo. Um sistema residencial simples, de dois quilowatts de potência instalada sai por volta de R$ 14 mil (o preço varia de acordo com o tamanho do telhado e a região do Brasil), segundo o engenheiro Eduardo Bomeisel, da EBES, uma empresa que faz instalação de painéis solares. Essa estrutura pode gerar cerca de 230 quilowatts-hora por mês em uma casa em São Paulo, possibilitando economia de cerca de R$ 100 por mês. O investimento na placa solar seria pago em sete a dez anos. Parece muito, mas se levarmos em consideração que um aparelho desses, se bem cuidado, tem vida útil de 40 anos, são praticamente três décadas de lucro.
O primeiro passo para implantar o sistema é verificar se seu telhado recebe luz solar o suficiente. Prédios vizinhos à casa podem atrapalhar os planos. Para essa avaliação, o cliente encaminha uma conta de luz e uma imagem do telhado - pode ser pelo Google Earth – à empresa de instalação da placa. A região do país também entra na conta. "Quanto mais sol, e quanto mais cara a tarifa de energia, mais viável o sistema. No Nordeste, por exemplo, tem muito sol e a tarifa é muito cara, então vale a pena", diz Bomeisel.
A instalação dos painéis leva até dez dias. Para começar a receber a compensação pela energia, o consumidor precisa entrar em contato com a distribuidora da sua região e apresentar o projeto do sistema de geração de energia. Paulo Bombassaro, diretor de engenharia da CPFL, distribuidora do interior de São Paulo, diz que o projeto pode ser enviado pela internet, e a empresa vai analisar o estado da estrutura elétrica da região. "Fazemos uma análise se há a necessidade de obras na rede - trocar cabo de rede ou transformador, por exemplo. Em geral, não haverá necessidade", afirma. Se houver obras, o custo será da distribuidora, mas o consumidor precisa comprar um aparelho que mede o quanto ele consome e o quanto ele exporta para a rede. Esse aparelho é fundamental para calcular o valor da compensação, e custa cerca de R$ 1.500.
Especialistas em energia solar estão otimistas. Segundo Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal, voltado para a promoção da energia solar, a condição natural do país - com sol acima da média de países que investem forte em solar, como a Alemanha e China - e a existência de silício em grandes quantidades criam um cenário que pode colocar o Brasil na vanguarda das energias renováveis. Além disso, os benefícios para o meio ambiente são muitos: a energia solar reduz a emissão de poluição, as perdas de energia nas linhas de transmissão e o uso de água. "O povo brasileiro tem uma ligação muito forte com o sol. Está na hora de criar uma identidade com o sol também para a geração de energia. O sol é a energia do futuro", diz Passos. É ecológico e econômico.
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