Eduardo Campos e Dilma Roussef, em imagem de
arquivo
feita em março (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
feita em março (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Defensora do investimento integral dos recursos
provenientes do pré-sal na área de educação, a presidente Dilma Rousseff ainda não conseguiu
convencer sua ampla base aliada a aprovar a medida provisória no Congresso. O
possível candidato do PSB à Presidência em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo
Campos , no entanto, fez jus à sua hegemonia política local e sancionou na
terça-feira (30) uma lei semelhante em nível estadual.
O dinheiro do pré-sal ainda está longe de chegar aos cofres do governo
pernambucano, mas Campos convocou estudantes tatuados para celebrar a assinatura
da Lei 14.960/13, que destina para educação, ciência e inovação tecnológica 100%
dos royalties provenientes da exploração de petróleo, gás, minério e demais
hidrocarbonetos.Pernambuco recebe hoje cerca de R$ 15 milhões anuais em royalties, valor que ficará, segundo Campos, próximo de R$ 350 milhões após a entrada em vigor do novo modelo de distribuição. A lei, de acordo com ele, coloca a receita oriunda dos royalties como adicional, ou seja, impede que seja retirada do orçamento da educação a quantia equivalente em royalties.
Em seu discurso, Campos relembrou a importância que os investimentos em pesquisa tiveram para que o Brasil se tranformasse em um produtor de petróleo em larga escala e pioneiro em águas profundas. De acordo com ele, somente a educação poderá "quebrar as fábricas de pobreza, desigualdade e discriminação" que ainda existem no país.
O governador de Pernambuco lamentou ainda o fato de o modelo de distribuição dos royalties ter chegado ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Isso não deveria ser uma questão dos tribunais, mas sim da boa política", disse Campos, em alusão ao clima beligerante entre os poderes Legislativo e Judiciário.
MP 592
Dilma vem defendendo enfaticamente em seus discursos a utilização dos royalties na educação, porém a Medida Provisória 592, que prevê a destinação, anda a passos lentos no Congresso. Semana passada, a comissão mista que analisa a matéria, adiou a votação do texto até que o STF se manifeste a respeito da distribuição dos recursos entre estados e municípios.
Na segunda-feira, durante entrega de ônibus
escolares em Campo Grande (MS), a presidente
se comprometeu em enviar nova proposta ao Congresso. A MP 592, atualmente em
tramitação, deve ser analisada até 12 de maio ou perderá validade.
Se a presidente tem dificuldades no Legislativo, Campos não padece do mesmo
mal. A lei que destina os royalties em Pernambuco foi aprovada por unanimidade
na Assembleia Legislativa. O orçamento estadual de 2013 prevê R$ 3,5 bilhões em
educação.Apesar do distanciamento acelerado entre PSB e o Palácio do Planalto, o evento no Recife foi prestigiado pelo presidente do PT na capital pernambucana, Oscar Barreto. Ele é um dos defensores locais da aliança com o PSB e avalia que a candidatura do governador à Presidência da República ainda não é fato consumado.
FONTE: g1.globo.com/economia/ royalties
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