10 de novembro de 2013

Volkswagen Gol Track - Sabor de aventura

Teste: Volkswagen Gol Track - Sabor de aventura

Gol 1.0 Track é opção mais barata entre os “off-road light” da Volkswagen
por Igor Macário
Auto Press
 
A Volkswagen demorou quase um ano para mostrar as versões “aventureiras” com o “facelift” da atual geração do Gol, a terceira. Mas dessa vez, apostou também no Track, com motor 1.0, para fazer frente ao bem sucedido Fiat Uno Way – até então, existia apenas o Rallye, com o propulsor 1.6. A novidade traz um visual ligeiramente mais contido em relação ao Rallye e amplia o portfólio da Volkswagen num segmento valorizado no mercado – a ponto de todas as fabricantes quererem seu quinhão dele. A marca alemã afirma que cerca de 11% dos Gol vendidos são da Track – cerca de 2.100 unidades mensais. O modelo, básico, custa R$ 33.650 e tem como única modificação mecânica a altura do solo, elevada em 2,3 cm em relação ao Gol 1.0 comum. 
 
O propulsor do Gol Track é o conhecido 1.0 litro de quatro cilindros, com duas válvulas por cilindro, 76 cv e 10,6 kgfm de torque a 3.850 rpm – quando abastecido com etanol. Ele é suficiente para levar o hatch de zero a 100 km/h em 14,1 segundos e à velocidade máxima de 160 km/h, desempenho compatível com o esperado de um 1.0. O câmbio é sempre manual de cinco marchas, sem opção pelo sistema automatizado – restrito às variantes com motorização 1.6. A gama Gol ainda deve demorar a receber o moderno e elogiado motor de três cilindros, que hoje equipa apenas o Fox Bluemotion.

 Para se diferenciar do restante da linha, a versão Track tem pequenos adereços visuais. Faróis escurecidos, apliques em plástico preto na entrada de ar inferior do parachoque frontal e guarnições nas caixas de roda completam o ar mais despojado – e ainda muito semelhante ao Rallye, mesmo que mais discreto. Os pneus de uso misto envolvem rodas de 14 polegadas e chamam atenção no conjunto. Eles são um dos responsáveis pela altura maior do solo da versão. O resultado final é apenas uma leve pitada de ousadia num desenho sóbrio, típico da marca alemã. 
 
O interior é o mesmo também já conhecido da linha Gol e Voyage. Além da forração do teto preta, não há qualquer modificação que faça os ocupantes perceberem que se trata de uma versão diferente. A lista de equipamentos é bem enxuta. De série, direção hidráulica, vidros dianteiros e travas elétricas, faróis de neblina, airbags frontais e freios ABS. Por esse pacote, a Volkswagen cobra R$ 33.650, apenas R$ 300 a mais que um Gol 1.0 quatro portas “civil” com os mesmos itens. Com adicionais importantes, como ar-condicionado e som, o preço já salta para cerca de R$ 37 mil. A lista completa, com todos os opcionais – incluindo computador de bordo e sensores de estacionamento –, eleva o preço para a casa dos R$ 40 mil. Esse valor parece proibitivo perto do principal rival, o Fiat Uno Way 1.0 que, com equipamentos similares aos do Track completo, custa R$ 35 mil.
Impressões ao dirigir
 
Valentia espartana
 
A Volkswagen conseguiu um interessante balanço estético no Gol Track. As mudanças em relação às versões comuns são discretas, mas suficientes para deixar o hatch mais interessante. As rodas relativamente pequenas – de 14 polegadas – calçadas em pneus de perfil alto reforçam a impressão aventureira do modelo. No entanto, o motor 1.0 litro sob o capô frustra parte do potencial insinuado pelos anexos visuais. Ele nem é dos mais “raquíticos”, mas também não empolga. Os 10,2 kgfm de torque demoram um pouco a aparecer – somente a 3.850 rotações – e só a partir daí o motorzinho parece realmente “acordar”. Ainda assim, a força não é suficiente para dar ao modelo um desempenho muito digno. As arrancadas são lentas e ele custa a embalar. Para acompanhar o tráfego, o motorista precisa se valer de muitas trocas de marcha e explorar tudo o que os 76 cv têm a oferecer. Ao menos, vibrações e ruídos são relativamente contidos e, mesmo um tanto lento, o Track demonstra valentia.
 
A suspensão elevada tem bom acerto entre comportamento dinâmico e absorção de impactos. Os 2,3 cm a mais na altura em relação ao solo não são sentidos ao volante e o Gol mantém a postura neutra diante de uma sequência de curvas, com boa sensação de segurança. Em trechos mal pavimentados, ou ruas de paralelepípedo, o Track vai bem e permite se trafegar com tranquilidade, sem tanto prejuízo a pneus, rodas ou ao relativo conforto a bordo. 
 
Por dentro, nada de novo. Apenas teto e bancos em tecido escuro, que dão ao Gol um interior mais aconchegante. Com itens opcionais como o volante multifuncional – sempre associado ao som e ao computador de bordo –, ar-condicionado e trio elétrico, o hatch traz o básico para uma convivência diária razoavelmente harmônica. O acabamento é correto, com materiais robustos e encaixes certos. Não há luxos a bordo e a versão deixa clara que a função é oferecer apenas um pouco mais àqueles que não precisam de um motor muito forte, mas apreciam ter disposição para incursões em pisos menos amigáveis.


Ficha técnica
 
Volkswagen Gol Track 1.0
 
Motor: Bicombustível, 999 cm³, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Potência máxima: 72 cv e 76 cv a 5.250 rpm com gasolina e etanol.
Torque máximo: 9,7 kgfm e 10,6 kgfm a 3.850 rpm com gasolina e etanol.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 14,7 e 14,1 segundos com gasolina e etanol.
Velocidade máxima: 158 km/h e 160 km/h com gasolina e etanol.
Diâmetro e curso: 67,1 mm X 70,6 mm. Taxa de compressão: 12,7:1
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços triangulares transversais, molas helicoidais, amortecedores pressurizados e barra estabilizadora. Traseira interdependente com braços longitudinais, molas helicoidais e amortecedores pressurizados.
Pneus: 175/70 R14.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,89 metros de comprimento, 1,65 m de largura, 1,48 m de altura e 2,46 m de distância entre-eixos.
Peso: 974 kg.
Capacidade do porta-malas: 285 litros.
Tanque de combustível: 55 litros.
Produção: São Bernardo do Campo, São Paulo.
Lançamento: 2013.
Itens de série: Airbags frontais, freios ABS, banco do motorista com regulagem de altura, vidros e travas elétricas, direção hidráulica, limpador e desembaçador do vidro traseiro, abertura interna do porta-malas.
Preço: R$ 33.650.
Opcionais: Ar-condicionado, retrovisores elétricos, rodas de liga leve de 14 polegadas, volante multifuncional, sensor de estacionamento, rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth.
Preço completo: R$ 40.333

Veja mais: Teste: Volkswagen Fox Bluemotion - Melhor de três



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