14 de setembro de 2014

As garrafinhas de água mineral

Consumo cresce, mas poucos sabem que há três tipos de água no mercado: mineral, natural e com sais


RIO - Na escola, os professores ensinam que a água é composta por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio (H2O), mas as garrafinhas à venda por aí guardam muito mais do que só isso. Há sais minerais que podem fazer bem e até o controverso sódio. O consumo de água envasada tem crescido constantemente. Dados da Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam) e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) mostram que a produção também tem avançado ano a ano e, em 2014, o aumento esperado é de 30%.
Porém, informações sobre o conteúdo das garrafas não parecem caminhar no mesmo ritmo. Poucos sabem que nem toda água envasada é mineral. O tipo deve ser indicado no rótulo.
Não à toa foi editada uma portaria do Inmetro que concederá selo de qualidade a águas minerais e naturais vendidas em embalagens de plástico e de vidro retornável. A certificação, voluntária, foi um pedido da própria Abinam. A expectativa é que as primeiras embalagens certificadas cheguem ao mercado em 2015.
Segundo resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os três tipos de água vendidos no país têm em comum a origem (podem ser de fontes naturais ou de extração de águas subterrâneas). Mas, enquanto a mineral não sofre qualquer tratamento ou adição de componentes e deve ter um mínimo de sais minerais, a água natural não respeita este mínimo. Já a adicionada de sais precisa ter, pelo menos, 30 mg/L de sais minerais, como bicarbonato de cálcio, carbonato de magnésio ou sulfato de cálcio, entre outros. Nenhuma das três deve conter açúcares, adoçantes, aromas ou outros ingredientes. E o produto tem zero calorias.

NATURAL OU ARTIFICIAL?
Outro fato percebido por poucos é que a gaseificação pode ser natural ou artificial:
— Quando a água é gaseificada artificialmente, pegamos o gás carbônico da atmosfera, tratamos e injetamos na água. Na natural, ela já sai gaseificada da fonte, mas retiramos o gás, que é tratado e reinjetado. O tamanho das bolhas também é diferente. Elas são maiores no caso da naturalmente gaseificada— esclarece presidente da Abinam, Carlos Alberto Lancia.
O tipo de gaseificação não chega a fazer diferença para a saúde, garante a nutricionista Vânia Barberan, que relativiza a questão do sódio:
— As águas de fontes naturais são uma fonte extra de sais minerais. O sódio presente nela dificilmente vai afetar a saúde.
Para a nutricionista Isabel Jereissati, como algumas águas têm mais sódio, é importante sempre checar a quantidade no rótulo.

Os rótulos também têm que indicar a composição química da água listando, no mínimo, os oito elementos predominantes no produto, de acordo com portaria do Ministério de Minas e Energia (MME). Os sais devem estar em forma de cátions e ânions, por isso, no caso do cloreto de sódio, a quantidade de cloreto fica em uma linha, e a de sódio, em outra.

CONSUMIDOR ATENTO
As características físico-químicas têm um dado que pode deixar um ponto de interrogação na cabeça do consumidor: radioatividade na fonte. Mas não há motivo para alarme. Lancia esclarece que é normal rochas terem radioatividade, inclusive, as comuns, como o granito usado em bancadas de cozinha. O item no rótulo, explica, é um controle do índice da fonte.
Outra informação desta tabela é a condutividade da água, que é um dado usado para verificar a procedência da água, de acordo com Lancia:
— A condutividade é diretamente proporcional à quantidade de sais minerais presentes na água. A informação serve mais como parâmetro de controle e uma espécie de impressão digital da água. Ao comparar águas supostamente da mesma marca e fonte, se a condutividade não é igual, há um indício de que pode ter havido falsificação — confirmada com análise química.
Outra propriedade listada é o pH da água, diz:
— O pH está ligado à presença de ânions de bicarbonato na água. Quanto maior a concentração, maior o pH, ou seja, mais alcalina (básica) é a água. Quanto menor o volume destes ânions, menor o pH (mais ácido). Porém, o pH não influi na potabilidade nem no gosto da água.
Os consumidores devem estar atentos ainda a contaminações. Só este ano, duas marcas de água mineral natural tiveram as vendas suspensas após testes indicarem a presença da bactéria Pseudomonas aeruginosa além do permitido. Além disso, é preciso ter cuidado para não comprar produtos falsificados ou adulterados, diz Cláudia.

— É importante verificar se o lacre está íntegro, se a embalagem não está arranhada. A armazenagem também importa: a garrafa não pode ficar no chão, por exemplo — alerta.
Lancia dá uma outra dica:
— Deve-se pegar a garrafinha, virá-la de cabeça para baixo e apertar no meio com força. Caso a parte da rosca da tampa se encha de água, mesmo que não vaze, é melhor não beber.


FONTE: oglobo.globo.com/economia/nem-so-com-h2o

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