Podia ser verdade no passado, mas ao contrário do que se pensa, na “banguela” não economiza
Não houve esta aula no Centro de Formação de Condutores, mas parece tradição os motoristas aprenderem na prática da vida a usar o ponto morto em algumas ocasiões de direção.
Avistando o sinal vermelho à distância, muitos são os condutores que pisam logo na embreagem e deixam a posição do câmbio em ponto morto, controlando a velocidade apenas com o pedal do freio. Assim, se o sinal por ventura vier a abrir, rapidamente é possível engatar a segunda marcha com o carro ainda em movimento.
Essa reação é ensinada por gerações com o intuito de orientar como melhor economizar o combustível. No entanto, há um grande "porém".
"Antigamente, nos carros carburados o pessoal colocava no ponto morto porque sem isso o motor ia puxar o combustível mais do que precisava. Realmente existia economia, hoje, não existe mais isso", ressalta Sérgio Roberto Rios, chefe de oficina da Smaff Nissan.
Não só não economiza, como, na verdade, aumenta o consumo. "Quando você coloca na banguela, o motor continua funcionando", aponta. Ao contrário do que pensam, é com a marcha engatada que há economia. "Quando você tira o pé do acelerador com o carro engrenado, o módulo da injeção detecta que você não está acelerando, o carro está em uma velocidade que está parando, então ele corta a alimentação de combustível. É nessa hora que você economiza", explica Sérgio.
"Dependendo da velocidade que você tiver, se você pisar no freio, ela também corta, justamente porque ela detecta que você quer parar o carro, então por que iria mandar mais combustível", acrescenta.
Além dessas questões, outro ponto envolvendo andar ou não em ponto morto é o quesito segurança. "Você sente mais segurança em frear o veículo do que ele estando solto, porque o motor engrenado, você deixa de acelerar e o motor também vai freando o carro, ajuda a reduzir a velocidade", pontua.
Na serra
Além da economia, nas descidas das serras a principal razão de não descer na "banguela" é a segurança.
Segundo Sérgio, estando engatado, o motor auxilia o veículo a não ganhar mais velocidade e, assim, há maior controle. Para completar, a ação não sobrecarrega tanto os freios, os quais podem superaquecer e perder a sua eficiência.
"Por isso, todo caminhoneiro que se preze não usa ponto morto. Se for deixar para frear só com os freios, os freios não param", relata. O indicado é usar a marcha que seria usado na subida.
Além disso, para fazer desvios e até evitar acidentes, "engrenado você consegue sair de situações em que você freia e precisa acelerar. Com ponto morto, você não consegue", afirma Sérgio
Então, quando usar?
Somente quando parado no sinal. Afinal, ficar com o pé na embreagem e com marcha engatada durante o sinal vermelho desgasta o sistema. Conforme Sérgio, um kit de embreagem que duraria 60 mil quilômetros, chega apenas a 30 ou até menos.
Real economia
Se quer economizar, mantenha uma velocidade constante e evite esticar as marchas e acelerar bruscamente.
www.smaff.com.br
Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/bit.ly/1l1FjwI
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