4 de janeiro de 2012

O FUSCA DE TODO OS TEMPOS

A História do Fusca

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Foi em 22 de Junho de 1934, esta foi a data em que a Associação Nacional da Indústria Automobilística Alemã firmou contrato com Ferdinand Porsche, para que ele projetasse o que viria a se transformar num grande fenômeno, o carro do século XX, o mais querido, o mais vendido, o Fusca de todos. Adolf Hitler tinha em mente o sucesso do Ford T (1908 a 1927) e foi exatamente isso que determinou como prioridade para a industria , um carro popular, capaz de transportar a família com velocidade maxima de 100 Km/h, que pudesse enfrentar rampas de 30% e que fizesse em torno de 14 Km/litro. Hitler recomendou ainda, que seu motor fôsse refrigerado a ar, pois o inverno rigoroso da Europa congelava facilmente o líquido de arrefecimento dos motores refrigerados a água, por não haver praticamente garagens fechadas e muito menos com calefação. E a questão do preço, o carro deveria ser acessível ao povo em geral de forma que os compradores pudessem adquirí-lo economizando 5 Marcos por semana, o que parece que não era tão difícil de se conseguir. Vejam só, quem diria, um Hitler 'preocupado com o aspecto social'. Pena que depois não se preocupou com perdas sociais. Mas, vamos falar de coisas boas, vamos falar um pouco sobre o Fusca; Ferdinand Porsche já vinha trabalhando em projetos similares que tentou viabilizar, mas que não puderam ir em frente devido aos recursos escassos dos fabricantes para os quais apresentou suas idéias. Mas, depois do acordo estabelecido com a Associação da Indústria Alemã, Ferdinand pôde adaptar as soluções já encontradas nos projetos anteriores em protótipos que serviriam de base para o Fusca. Prototipo VW-3 1935/36 (Três unidades construidas), Prototipo VW-30 1937 (Trinta unidades construidas) O KDF Wagen ficou pronto em 1938, este passou a ser o modelo definitivo com desenho de Erwin Komenda e motor 4 cilindros, 1131cc de 25 CV. Foi o primeiro a entrar em produção e deveria ser comercializado em larga escala sob forte campanha publicitária, mas acabou sendo utilizado exclusivamente para fins militares, já que a guerra iria atingir proporções a nivel mundial. Somente no período que antecedeu o fim da guerra ele teve sua produção retomada pelos aliados Ingleses, que administraram a fabrica de Wolfsburg a partir de 1945, ainda para fins militares e serviços públicos. Em 1948, já sob controle do novo governo Alemão e graças a Heinz Heinrich Nordhoff, designado como diretor geral da fabrica, o Fusca recebeu algumas alterações importantes e sua produção teve impulso decisivo naquele galpão 'arejado' com perfurações de balas. Ali Nordhoff não só trabalhou, mas também passou até a dormir para dedicar-se integralmente ao desenvolvimento industrial. E ali se manteve no cargo enquanto viveu até 1968. Aqui está o fruto da genialidade do seu criador, que renasceu através da extrema dedicação e de um trabalho qualificado, característica que o distinguiu para sempre.
Fusca 1949. O raro Hebmüller "double face" de 1949, atualmente um classico muito especial que foi produzido por uma fabrica de carrocerias de mesmo nome até 1952. Visto de longe confundia algumas pessoas, pois não sabiam se ele estava indo ou vindo. Imaginem os bêbados... Em 1953 o Fusca ganhou modificações, entre elas o vidro traseiro oval, luzes de posição maiores, painel redesenhado, para choques lisos, etc. Ficou uma beleza, já era um carro desejável na Europa e sinalizava força na exportação. Montado pela Brasmotor até 1953 e posteriormente pela propria VW, o Fusca passou a ser fabricado no Brasil com 54% de índice de nacionalização em 1959, já com o vidro traseiro retangular, novo painel e para choques com tubos protetores suplementares, como era na versão Alemã para os EUA. Inicialmente teve volante com raios planos, depois em 1960 recebeu outro com formato em cálice, como havia em alguns carrões, 'um luxo'. A famosa bananinha do pisca na coluna ainda existia e ficou até 1961 quando foi substituida por sinaleiros nos para lamas dianteiros.

Este foi o nosso primeiro VW Sedan 1200, popularmente chamado de Fusca, Fuca ou Fuqui, de acordo com a região. Ele inaugurou o conceito racional e pratico em termos de automóveis no Brasil e não demorou muito para predominar em todos os cantos do país. Os mais tradicionais "Fordeiros" e Chevroleteiros" começaram a trocar seus enormes carros importados por um Fusca, pessoas de todas as classes sociais passaram a ter um. Ele foi o 1° carro da maioria dos compradores e depois o 2°, o 3°... e o eterno de muitos. O Fusca contaminou milhões com um vírus benéfico chamado - Fuscamania. No começo dos anos 70 foi lançado na Alemanha o modelo 1302, que infelizmente não tivemos aqui. E depois o modelo 1303 - Além dos vidros laterais e traseiro maiores note-se o para brisas curvo e a suspensão Mc Pherson na dianteira.

A Karmann foi uma indústria importantíssima de carrocerias e fez parte da historia de marcas famosas, como a Porsche, entre tantas outras. Na VW ela esteve presente desde o começo produzindo o VW Karmann Cabriolet, nos anos 50 o VW Karmann-Ghia e outros nas décadas seguintes. O belo Käfer Karmann Cabriolet 1980 em Raio X . A década de 80 marcou o fim da produção do Fusca em (quase) todo o mundo e 1986 foi o ano da primeira despedida do Fusca no Brasil. Para deixar mais saudade ainda, a VW lançou este modelo Ultima Série irrepreensível, maravilhoso. Mas, o Fusca permaneceu sob tamanha aprovação que teve de voltar em 1993 sob o incentivo do então, presidente Itamar Franco, cujo nome acabou adotando até sua derradeira despedida três anos após, em 1996. E não adiantou, mesmo tendo sua produção descontinuada, já há 13 anos, ele continua sendo o carro usado mais vendido em nosso país! No Mexico o Fusca resistiu por mais tempo, mas a corrida tecnológica e os fatores de produtividade determinaram o seu triste fim também naquele país. No dia 30 de Julho de 2003, a ultima unidade do fenômeno, do simpático carrinho que conquistou milhões de pessoas em todo o mundo durante mais de meio século, saiu da linha de produção para nunca mais........bem, para os imortais não existe 'nunca mais', não é? Sergio Pininfarina, presidente de um dos mais conceituados e tradicionais centros de estilo na Italia, foi consultado pelo governo Nazista no fim dos anos 30 sobre possíveis melhoras que poderiam ser feitas no desenho do Fusca. Pininfarina sugeriu apenas que a área envidraçada do carro fôsse aumentada e acrescentou que o desenho do Fusca não merecia retoques, pois era singular, perfeito. Ele tinha razão, aquele formato robusto, equilibrado e carismático tornar-se-ia perpétuo na lembrança e nos corações das pessoas. Assim como o seu motor, que não pára de funcionar em todos os lugares.

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