Quem trafega pela Avenida Sul deve ter cuidado com os pontos de algamento (Foto: Katherine Coutinho/G1)
A chuva que cai desde a madrugada desta quinta-feira (26) no Grande Recife causa transtornos para a população. Ruas alagadas, engarrafamento e dificuldade para conseguir ônibus e táxis estão entre os problemas encontrados pela equipe do G1. Choveu nas últimas 24 horas 117 milímetros em Jaboatão, enquanto no Recife foram 110 milímetros, em 6 horas; no Cabo, foram 61mm em doze horas. Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), a quantidade de chuva é equivalente a um terço do previsto para todo o mês de junho.
A Coordenação de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) informou que recebeu, até o meio da manhã desta quinta, dez chamadas para ocorrências de vistorias de barrerias no Grande Recife, em Igarassu; nos bairros de Vila dos Carneiros e Candeias, em Jaboatão; em Tabatinga, Areinha e Estados, em Camaragibe; e Alto da Colina, Água Fria, Várzea e Dois Irmãos, no Recife.
O auxiliar administrativo Silas Albuquerque mora em Paulista, na Região Metropolitana, e trabalha no Pina, Zona Sul do Recife. A grande quantidade de chuva e a dificuldade para pegar ônibus o levaram a chegar com uma hora e meia de atraso ao serviço. “Está muito difícil, eu saí no horário normal e não consegui chegar”, conta.
Parada de ônibus tomada pela água na Avenida Antônio de Góes (Foto: Katherine Coutinho/G1)
Na Avenida Antônio de Goes, na Zona Sul do Recife, a grade quantidade de água na pista dificultava a passagem dos carros, com o engarrafamento refletindo na Avenida Boa Viagem. Os pontos de ônibus estavam cheios, com pessoas se protegendo em guarda-chuvas por não ter espaço nas cobertas. Para cruzar a avenida de carro, foi preciso quase dez minutos – enquanto o normal é cerca de três.
A Avenida Sul também está alagada nesta manhã, com carros retornando pela pista de ônibus. A situação também é complicada para quem quer passar pelo Cais José Estelita em direção a Boa Viagem. A água acumulada embaixo do Viaduto Capitão Temudo dificulta a passagem de carros pequenos, com alguns chegando a quebrar durante a tentativa.
Maria de Lima estava há 40 minutos na parada de ônibus.
(Foto: Katherine Coutinho/G1)
(Foto: Katherine Coutinho/G1)
Na Avenida Agamenon Magalhães, sentindo Boa Viagem, também era possível ver retenção no trânsito. Já no sentido Olinda, os carros conseguiam passar tranquilamente. Porém, para quem necessitava de ônibus, a situação estava complicada. Praticamente todos os pontos estavam com grande número de pessoas aguardando os coletivos.
A instrumentista Maria de Lima trabalha em um hospital na região central da cidade e enfrentou dificuldades para chegar ao trabalho na madrugada e, para voltar para casa, está quase perdendo as esperanças. “Estou esperando o PE-15 há mais de 40 minutos e não chega, está impossível”, reclama.
Com uma consulta marcada logo cedo no Derby, o aposentado Otto Xavier saiu de Paulista e conseguiu chegar. O problema está sendo retornar para casa. “Só passam ônibus com destino Derby, Zona Norte. Parece que as pessoas só moram por aqui”, lamenta o aposentado.
No entorno da Estação Central do Recife, no bairro de São José, mais ruas alagadas e carros quebrados. A Rua da Concórdia estava com água já cobrindo as calçadas logo no começo da manhã, enquanto o acesso à Rua Imperial também encontrava-se coberto de água.
Em Olinda, a água já cobre a calçada no Espaço Ciência. Na altura do Viaduto de Ouro Preto, a PE-15 está alagada nos dois sentidos. Crianças brincam na água lamacenta a ajudam os carros a passarem. Nem todos conseguem chegar ao outro lado. Era possível ver ainda pessoas que, sem opção, cruzavam os pontos alagados, que chegam a ter mais de um metro de água.
Pessoas atravessam a PE-15 repleta de água (Foto: Katherine Coutinho/G1)
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